Os cientistas chegaram a esse número ao analisar partes dos corpos de tubarões brancos encontrados no Oceano Pacífico. A descoberta é destaque na mais recente edição do periódico especializado PLOS One.
Estimar a idade desses animais não é uma tarefa simples: a ciência sempre pensou que bastava contar os anéis que marcavam o crescimento do tubarão e eram visíveis em alguns de seus tecidos, como em suas vértebras (algo semelhante aos anéis internos de um tronco de árvore, que sugerem sua idade). Porém, a cartilagem dos tubarões dificulta a identificação minuciosa das divisões entre esses anéis mesmo quando vista com a ajuda de microscópios.
Assim, a saída encontrada pela pesquisadora Li Ling Hamady e sua equipe usou um componente histórico, procurando, nos tecidos do tubarão, por vestígios de um isótopo de carbono advindo de testes feitos com bomba atômica e ocorridos entre as décadas de 1950 e 1960.
Esses vestígios, suspeitavam os pesquisadores, teriam adentrado o Oceano Pacífico e sido incorporados aos tecidos dos animais marinhos vivos à época.
Dessa forma, animais que tivessem hoje a detecção de vestígios da substância estariam vivos desde então e têm por volta de 65 anos.
Os tubarões analisados pelo estudo possuíam vestígios do isótopo da bomba atômica e fazem parte desse grupo.
Preservação da espécie
Para os pesquisadores, a descoberta é importante pois pode permitir avanços na preservação dessa espécie. Saber o quanto vive um tubarão branco, a velocidade com que ele se desenvolve e o ponto em que atinge sua maturidade sexual, tornando-se apto à reprodução, é crucial no desenvolvimento de programas ecológicos.
"Essas criaturas são fantásticas, e estudá-las é fascinante. Muitos pensam que conhecem bem esse animal, que ou é amado ou é odiado. Mas do ponto de vista científico, nós estamos apenas começando a entender seus hábitos alimentares, os locais a que vão durante a vida ou por quanto tempo podem viver", disse Li Ling à rede de TV inglesa BBC.
Apesar de os animais analisados terem vindo das águas do Atlântico, os pesquisadores dizem acreditar que não haja diferença significativa entre as estimativas de vida de outros tubarões brancos habitantes de outros oceanos no planeta.
Canibalismo no útero
O tubarão branco é o maior e mais temido predador dos mares, chegando a medir mais de seis metros de comprimento e a pesar 1,2 tonelada. O animal ocorre em mares tropicais e temperados no mundo todo e chega a parir até 10 filhotes por ninhada.
Altamente agressiva, a espécie tem uma curiosidade: seus filhotes canibalizam os irmãos menores e mais fracos já dentro do útero materno.
Os tubarões brancos são considerados uma espécie ameaçada de extinção no mundo. Conhecer melhor seu desenvolvimento e sua longevidade pode ajudar a melhorar sua conservação, destacaram os cientistas.
Os tubarões brancos são considerados uma espécie ameaçada de extinção no mundo. Conhecer melhor seu desenvolvimento e sua longevidade pode ajudar a melhorar sua conservação, destacaram os cientistas.
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